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O Resort da Reserva em detalhes

Jul 11
  • 23 de Junho de 2015

Contratado pela Hyatt, Paulo Pizão explica projeto de gestão ambiental do complexo.

Contratado para elaborar um plano de gestão ambiental para o complexo hoteleiro e residencial Hyatt, que será erguido na Praia da Reserva, Paulo Pizão diz ser o homem responsável por fazer com que as obras sigam parâmetros sustentáveis. "Meu papel é ser o fiscal ambiental da construção do hotel", explicou o gestor em entrevista concedida na semana passada.

Pizão, que foi vice-presidente da extinta Feema e hoje atua em licenciamentos e projetos de gestão ambiental, garante que a construção do resort segue todas as determinações impostas pela legislação e pelo poder público. Disse que as regras da APA de Marapendi são mais restritivas que as de outras unidades de conservação com as quais já trabalhou. Explica que o hotel vai ocupar 70% da área em que se pode construir, e que os dois prédios residenciais terão 90 apartamentos — todos eles com serviços.

Pizão lista e detalha ainda as contrapartidas assumidas pela Hyatt, e responde às denúncias de ameaça à fauna e à flora na fase inicial da obra, feitas por moradores.

Licenças:

"Todas foram aprovadas pelo Inea. Já temos a de instalação e não vamos precisar da licença de operação. Tivemos também duas autorizações da Secretaria municipal de Meio Ambiente para a remoção da vegetação. Uma foi para a flora não nativa dentro da Zona de Ocupação Controlada (ZOC), onde serão construídos os prédios. Eram basicamente amendoeiras e casuarinas. A outra foi para uma planta nativa chamada dalbérgia, que invadiu a ZOC. Tivemos que tirá-la, mas ela não tem valor vegetal, não está ameaçada, e continua existindo na Zona de Proteção da Vida Silvestre (ZPVS)."

Contrapartidas:

"A Reserva está preservada. Esta unidade de conservação é uma das mais restritivas que já vi. A Hyatt teve de assumir muitas contrapartidas para fazer as obras. Doou 2.800 metros quadrados da área de Zona de Conservação da Vida Silvestre à prefeitura para garantir o acesso à Reserva. Vai construir a rede de esgoto, recuperar a faixa marginal de proteção e a ZPVS, plantar árvores."

Replantio:

"Serão plantados 55 mil metros quadrados de vegetação nativa e 828 árvores no Pomar da Barra e no Parque Chico Mendes. Há ainda a recuperação da faixa, que tem 30 metros a partir da margem da lagoa, e da ZPVS. No total, cerca de 70 metros serão recuperados."

Esgoto:

"O esgoto vai ser levado a uma fossa selada e depois vai se conectar ao emissário da Cedae por meio de um tubo de 1.300 metros que será construído pela Hyatt. É uma contrapartida que beneficia todos os prédios do entorno, que tinham que tratar seu esgoto dentro do condomínio. E é muito melhor o esgoto ser levado ao emissário e jogado a seis quilômetros da costa do que ser lançado, ainda que tratado, nas lagoas da Barra."

Fuga de animais:

"Houve monitoramento de todo tipo de danos durante o corte das árvores. Um biólogo produziu relatórios diários. A área era tomada por amendoeiras e casuarinas e não tinha vegetação para abrigar animais. Provavelmente, os poucos que havia lá fugiram por causa do barulho das máquinas. Essa fuga é comum. A própria licença para este tipo de coisa se chama Captura e Afugentamento de Animais."

Manifestações:

"Eu estive nas manifestações e conversei com algumas pessoas. Vi que várias coisas que falavam não tinham sentido. Existe muita confusão sobre os assuntos relacionados ao meio ambiente na Reserva. E as manifestações estão perdendo força justamente porque estes assuntos estão sendo explicados. Agora, às vezes as pessoas vão para uma manifestação por causa do grupinho. Tinha muita gente com a prancha lá que depois foi surfar. Na hora de entrar na praia, passou por cima daquela mata de restinga. Ou seja, gritava a favor do meio ambiente, mas esmagava a planta na praia."

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/barra/o-resort-da-reserva-em-detalhes-7138904#ixzz2H2exMtko © 1996 - 2013. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A.


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